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26/09/2022 - 09h25

Risco de custos adicionais é desafio para comércio exterior, aponta Cecafé

Fonte: Portos e Navios
 
Problemas de congestionamentos na costa oeste dos EUA e na Europa se refletem na logística no Brasil, já que carga fica parada no porto aguardando navios chegarem por mais tempo
 
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) avalia que o risco de custos adicionais por problemas logísticos é um dos principais desafios para o comércio exterior. Os exportadores acompanham de perto a sinalização de aumentos nos custos relacionados a algumas rotas de longo curso, a fim de tentar minimizar os impactos para a logística no Brasil. O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron Santos, disse que o aumento de fretes observado no agronegócio é motivo de constante preocupação no cenário atual. No caso do café, em que grande parte da carga é vendida a contratos futuros, qualquer custo adicional traz prejuízos aos exportadores.
 
Heron contou que a alta demanda que elevou os fretes nos últimos dois anos foi, de certa forma, conseguiu ser acomodada com grande esforço. “Agora, não temos condições de absorver novos e maiores custos do que já temos hoje. São desafios para quem exporta e para quem importa”, ponderou Heron, durante reunião promovida pelo Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da Associação Comercial de São Paulo (Comus/ACSP), na última terça-feira (20).
 
A avaliação é que a costa oeste dos Estados Unidos e Europa voltaram a ter problemas relacionados a congestionamentos, o que traz reflexos para o Brasil porque a carga parada no porto aguarda os navios chegarem por mais tempo. Segundo Heron, 80% do café que é exportado por Santos tem escala certa, com navios com regularidade para certas rotas. “A carga acumulada ainda é um desafio para que esse escoamento volte ao patamar de normalidade”, analisou.
 
O Cecafé identifica que os terminais continuam cheios de contêineres na entrada de Santos e na Alemoa. “Os terminais marítimos na área primária estão cheios também. Se não tivermos essa normalidade, as cargas continuarão chegando cobrindo contratos, mas ficaremos à mercê dessa volatilidade logística que vem encarecendo cada vez mais as exportações”, afirmou.
 
Para Heron, o Porto de Santos está reagindo e está vocacionado às exportações do agronegócio, que continuará a curva de crescimento. Ele considera que a infraestrutura instalada e a capacidade de investimentos em Santos hoje o tornam porto de destaque, mas é um cenário que está longe de ser confortável diante das projeções de escoamento de cargas.
 
O diretor defendeu que se espera dos serviços marítimos e portuários, a eficiência logística e a modicidade que permitam ao usuário ser competitivo. “Não podemos continuar passivos e omissos na discussão da eficiência logística, porque está saindo caro e retirando competitividade das empresas brasileiras”, afirmou.
 
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