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09/11/2022 - 10h09

Resultados do BR do Mar serão percebidos dentro de 2 anos, avalia Dino

Fonte: Portos e Navios
 
Durante evento sobre mercado de feeder promovido pela Antaq, diretor de navegação do Ministério da Infraestrutura chamou atenção para necessidade de disponibilidade de frota na costa brasileira, vista como principal diretriz do programa de cabotagem
 
O diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias (DNHI) do Ministério da Infraestrutura, Dino Batista, disse, na última semana, que os resultados do programa BR do Mar, criado pela Lei 14.301/2022, devem começar a ser percebidos dentro de dois anos. Durante o webinar ‘Quantificação do mercado feeder na cabotagem brasileira’, promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ele ressaltou que as mudanças dependem de processos longos e que não há expectativa de que, com a dinâmica do mercado e a atual conjuntura, esses impactos aconteçam no curto prazo.
 
“Esperamos que, pelo menos, daqui a dois anos, já possamos começar a ver esses efeitos e esse tipo de estudo [sobre feeder] vem para nos ajudar a fazer  o monitoramento da política pública no papel de parceria dentro da Antaq com o Minfra”, disse durante o evento, que ocorreu na sede da agência reguladora, em Brasília, e que apresentou números e levantamentos sobre o mercado de feeder no Brasil.
 
Na ocasião, Batista destacou que o feeder contribui para que exista ‘frequência e perenidade’ na prestação do serviço de cabotagem da carga ‘puramente doméstica’ e que é um segmento fundamental na existência de hub ports no Brasil. Ele projetou que a agência reguladora, em breve, terá informações com bases de dados mais atualizadas sobre o segmento. “Esse tipo de estudo contribui para continuarmos monitorando a política pública”, frisou.
 
O diretor do Minfra observa um movimento internacional de aumento do tamanho das embarcações e customização nas operações de longo curso, com porta-contêineres na faixa de 25 mil TEUs de capacidade nas principais rotas do transporte marítimo global, enquanto o Brasil recebe navios com até 14 mil TEUs. Segundo Batista, o momento é de certa falta de embarcações no mercado internacional, ainda por reflexos da pandemia, com afretamento de embarcações relativamente pequenas para alguns fluxos habituais.
 
Batista ressaltou que o padrão acima de 20 mil TEUs nos trades do hemisfério norte fará com que o Brasil venha a receber navios com 366 metros de comprimento ou até superiores. Ele percebe portos como Santos (SP), Rio Grande (RS) e Rio de Janeiro (RJ) se preparando para esse movimento, mas chama a atenção para a necessidade de disponibilidade de frota na costa brasileira, ponto que, segundo ele, norteou o BR do Mar. “Nada adianta termos capacidade portuária para fazer a baldeação, se não tivermos capacidade de operação naval para fazer a alimentação da carga pela nossa costa”, apontou.
 
Batista também afirmou que, nas discussões com armadores estrangeiros, o ministério recebeu uma carta de apoio ao BR do Mar por grupos hoje com pouca presença no país, mas que entendem que o programa pode trazer benefícios ao feeder. Segundo o diretor, eles manifestaram à época que o mercado de longo curso só poderá ser mais competitivo se houver um feeder efetivamente atuante no Brasil.
 
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