Fonte: A Tribuna On-line

 

Autoridades dos três municípios mostram disposição para discutir propostas que gerem empregos

 

Enquanto o debate sobre a sinergia entre porto e indústria ganha tração, os entes federativos onde eles estão localizados ressaltam o desejo de participar da discussão. Entre a defesa de políticas próprias e a necessidade da busca por maior diálogo metropolitano, as prefeituras de Cubatão, Guarujá e Santos mostraram no Summit Porto-Indústria, realizado nesta quinta-feira (29) pelo Grupo Tribuna, empenho e disposição para atrair investimentos e empregos.

 

“O que ficou latente, em todas as opiniões, é de que falta uma discussão integralizada entre porto e indústria. Suape é exemplo de que deu certo, com uma gestão única, e o resultado é um porto muito mais avançado. Na Baixada Santista, há uma segregação: o Porto de Santos está de um lado e a indústria, em outro”, afirma o prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira (PSDB).

 

Para ele, a discussão sobre a ocupação territorial é essencial. Por ser vizinha ao Porto, Cubatão seria a cidade número 1 nesse tipo de debate. “Santos fica com uma fatia interessante, do escoamento, de todos os aspectos, de tributação. Já Cubatão acaba com galpões, que não empregam ou agregam impostos. A desestatização (do Porto de Santos) é discutida, por vezes, de forma egocêntrica”.

 

Por sua vez, o assessor técnico de Assuntos Portuários da Prefeitura de Santos, Adilson Luiz Gonçalves, lembra a ausência do conceito de porto-indústria em discussões importantes do setor, como o processo de desestatização da Santos Port Authority (SPA) e o próprio Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ).

 

“O que vi foi muita coisa a respeito de trazer carga do Interior, com foco no agronegócio. Neste caso, entra outra discussão: temos áreas possíveis para expansão. Mas o grande desafio é colocar para conversar empresas e autoridades nas esferas municipal, estadual e federal. Não resolve conversar com um de cada vez: é preciso que todos se sentem e discutam em conjunto”.

 

Guarujá

 

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, Adalberto Ferreira da Silva, lembrou o peso do município na atuação do Porto - nove terminais atuam diretamente na operação e são responsáveis por até 40% do volume total de carga movimentado.

 

Porém, ele faz um alerta: a adoção de uma política de porto-indústria não é plena se o lado social não for considerado. “É importante que todo o processo de produção de riqueza se reverta em melhor qualidade de vida para as pessoas”.