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20/07/2022 - 09h21

Porto de Itaqui desperta atenção da China

Fonte: BE News
 
Complexo portuário é visto como um ponto estratégico para crescimento da Nova Rota da Seda, o projeto comercial chinês
 
O Porto de Itaqui (MA) foi apontado como um dos pontos estratégicos para a expansão da Nova Rota da Seda da China. O projeto, também conhecido como Belt and Road Initiative (BRI), é um plano de desenvolvimento adotado pelo governo chinês que visa reviver antigas rotas de comércio por meio de investimentos na infraestrutura de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos de países parceiros.
 
O complexo portuário foi citado pelo professor Paul Lee, da Universidade de Zhejiang, durante a sua apresentação no simpósio “As Potencialidades do Maranhão na Nova Rota da Seda da China: oportunidades de negócio e de desenvolvimento para o Brasil”, realizado entre os dias 11 e 13 de julho, em São Luís (MA).
 
Paul Lee é um dos idealizadores de um estudo que lista os pontos estratégicos para a expansão da nova rota, entre eles a capital maranhense, devido  a conexões rodoviárias, ferroviárias e condições portuárias que permitem receber navios de maiores calados. 
 
A ligação feita pela Ferrovia Norte-Sul, eixo principal do transporte de cargas do Brasil, interligando malhas ferroviárias das cinco regiões do País, é um exemplo.
 
Ao lado do secretário de Desenvolvimento Econômico do Maranhão, José Reinaldo Tavares, Lee explicou que como um grande parceiro comercial do Brasil, a China busca incrementar ainda mais a exportação de diversas commodities e que um dos diferenciais e potencialidades do Estado está justamente em sua posição logística estratégica e também nas particularidades do Porto de Itaqui. 
 
“Por conta da profundidade (22,3m), o Porto de Itaqui permite acomodar grandes navios e embarcações, como os que transportam minério de ferro e grãos. Além disso, o projeto poderá tornar os custos de transportes entre os dois países ainda mais competitivos”, avalia Lee. 
 
Ele apresentou estudos de caso e deu um panorama geral sobre o funcionamento do financiamento e dos negócios da China relacionados ao projeto BRI, além de ressaltar a importância das seguranças alimentar, energética e ambiental.
 
O estudioso também falou sobre como é possível fazer um modelo de precificação integrada entre os setores de portos e ferrovias para tornar a exportação brasileira mais competitiva.
 
“A rota da seda é composta basicamente por dois componentes: a linha terrestre e as linhas marítimas. No meu estudo propus uma nova rota da seda marítima entre Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e América do Sul”, explica. 
 
Segundo Lee, a BRI também tem foco no desenvolvimento das questões terrestres. “O Brasil, por exemplo, possui portos secos, por conta do tamanho do País. Os portos secos, conectados por ferrovias, estão em inúmeros exemplos no projeto BRI”, citou.
 
O Porto de Itaqui já é um dos principais exportadores de grãos e minérios de ferro para a China e o objetivo, de acordo com Ted Lago, presidente do Porto de Itaqui, é dar um segundo passo, ao inserir a América do Sul no conceito da Rota da Seda, uma rota milenar e recentemente reativada pela China na geopolítica internacional. 
 
“Nosso propósito é planejar a inserção do Porto de Itaqui na cadeia produtiva chinesa, não só na exportação das commodities, mas também no processo produtivo. Queremos atrair indústrias para cá e buscar mais investimentos em infraestrutura para diminuir os custos em logística”, observa Lago. 
 
O presidente do complexo esclarece, ainda, que o Porto de Itaqui já está inserido na cadeia logística da China, por movimentar cargas de sete estados da região Centro-Oeste. 
 
“Esse é um mercado de mais de 50 milhões de pessoas. Estamos oferecendo nossa infraestrutura para que as indústrias chinesas também possam ser implantadas no Maranhão, agregar valor, gerar empregos, e também no sentido contrário, de que a matéria-prima nacional possa ser exportada para a China”, complementa.
 
Lee destacou a importância de temas como coordenação, inovação e economia verde para o projeto BRI. “Na China, todas as empresas participantes e as universidades precisam mostrar para o governo central projetos relacionados ao BRI e à economia verde”.
 
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