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09/11/2022 - 10h13

Palestrantes do 2º Encontro Porto & Mar defendem gestões técnicas nos portos brasileiros

Fonte: A Tribuna On-line
 
Segundo eles é uma conquista que se espera manter no futuro governo, em favor de mais eficiência
 
Um cenário repleto de desafios, que cobrarão importantes posicionamentos dos diversos atores envolvidos na esfera do negócio portuário. Isso sem contar a mudança de Governo Federal, que pode alterar a rota do processo de desestatização do Porto de Santos.
 
Esses são alguns dos highlights (destaques) que autoridades e empresários ligados ao setor elencaram para o próximo ano, ontem, durante participação no 2º Encontro Porto & Mar 2022. Em comum, o entendimento de que as conquistas solidificadas nos últimos anos, como o aumento na eficiência da gestão portuária, não podem ser deixadas de lado.
 
“Continuamos defendendo gestões técnicas nos portos. Isso a gente pode dizer, quando estamos falando do nosso governo, que não é novidade. Porque, quando foi criada a Secretaria de Portos, em 2007, com o ministro Pedro Brito, também tivemos nomeações técnicas. Não se trata de uma afronta ideológica, mas de manter um importante conceito de que empresa pública não é empresa política”, defende o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino.
 
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, vai na mesma linha.
 
“O que a gente espera é que haja continuidade. Não importa qual seja o alinhamento de governo, é necessário que a infraestrutura seja encarada como projeto de Estado. As boas práticas, qualquer que seja o governo, devem ser reconhecidas e, até numa atitude nobre, que se dê continuidade ao que já se sabe que deu certo. E isso passa por algumas providências, especialmente quanto às indicações de caráter técnico. Não pode haver retrocesso com relação a isso”, aponta.
 
Planejamento
 
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Santos Port Authority (SPA), Bruno Stupello, enfatizou o planejamento desenvolvido no Porto de Santos, à parte da expectativa em torno do processo de desestatização.
 
“O Ministério da Infraestrutura vem trabalhando em paralelo ao processo de desestatização, com investimentos feitos de maneira mais célere pela Autoridade Portuária e uma flexibilização na abertura de novas capacidades. Temos toda a parte de planejamento que foi feita ainda como uma Autoridade Portuária pública. A execução dessas obras acontecerá ao longo dos próximos cinco anos”.
 
No seu entender, o Porto de Santos está pronto para receber o incremento do agronegócio. “Conseguimos fazer, recentemente, a licitação do STS11, que vai ofertar quase 16 milhões de toneladas de capacidade. É uma diferença de 10 milhões de capacidade. Além disso, diversos outros terminais de grãos estão em obras. Também contamos com a expansão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), que vai sair de 50 milhões de capacidade de transporte para 115 milhões nos próximos anos, buscando a carga no interior de Mato Grosso para ser exportada pelo Porto de Santos”, raciocina.
 
Canal de acesso
 
Presidente do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), Claudio Loureiro, alertou para o cuidado com o canal de acesso ao Porto de Santos. Segundo ele, deve-se ter atenção para além da questão da profundidade. “Sabemos que a ocupação está muito alta nos terminais existentes, mas é preciso acrescentar mais capacidade”, sintetiza.
 
Ministro
 
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, participou do 2º Encontro Porto & Mar de modo remoto, por vídeo. Em sua explanação, destacou a importância do setor do agronegócio para a economia do Brasil e o Porto de Santos, em especial para o escoamento dessa produção.
 
“O Brasil é um dos líderes mundiais de produção e exportação de vários produtos agropecuários. E o Porto de Santos tem papel fundamental no escoamento do agronegócio. E é essencial se tratar aqui que a mobilidade é um dos pilares da segurança alimentar”.
 
Ele lembrou que, por meio dos portos brasileiros, chegam dois importantes insumos para a agricultura: adubo e fertilizantes. “É preciso ressaltar essa importância do Porto para o agronegócio”.
 
Representantes
 
Dois representantes políticos da Baixada Santista participaram do 2º Encontro Porto & Mar. O deputado federal eleito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB, pessoalmente) e a deputada federal reeleita Rosana Valle (PL, por vídeo) prometem acompanhar de perto o andamento do processo de desestatização do Porto de Santos.
 
“É fundamental que o Governo Federal tenha a dimensão da importância do Porto de Santos para o Brasil. Estamos levando questões relevantes para a equipe de transição, para que possamos ter a agenda do Porto continuada, sem interrupções”, considera Paulo Barbosa.
 
Rosana afirma que a ascensão da movimentação de carga indica possibilidades e, igualmente, a necessidade constante de investimentos no setor.
 
“A desestatização traz temores, mas também expectativas de geração de empregos, melhoria da malha ferroviária, melhor logística e a sonhada ligação seca”.
 
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