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29/08/2022 - 11h06

Grupo Tribuna mostra caminhos para o setor portuário brasileiro no Summit Portos 2022

Fonte: A Tribuna On-line
 
Evento reunirá na próxima quinta-feira (1º), em Brasília, autoridades e especialistas do segmento
 
Impactos da restrição da capacidade portuária nos custos e na eficiência logística do País, operações integradas e desafios para o aumento da produtividade. Estas são três faces de uma mesma questão, que move o Summit Portos 2022 - Capacidade e Competitividade, marcado para a próxima quinta-feira (1º), no Brasília Palace Hotel, na Capital Federal. Com realização do Grupo Tribuna, o evento será transmitido ao vivo pelo aplicativo Summit Portos, disponível nos sistemas iOS e Android.
 
Em Brasília, um time de especialistas e autoridades ajudará a traçar a radiografia de uma necessidade urgente da economia brasileira: maior participação global, com a resolução de problemas logísticos e de infraestrutura. Quem dá os detalhes é o engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes Luís Cláudio Santana Montenegro.
 
“O primeiro painel deve tratar do principal problema, que é a questão da falta de capacidade nas nossas infraestruturas logísticas, uma situação que leva à formação de filas. Elas são o resultado da ineficiência. O segundo vai mostrar as experiências internacionais a partir do momento em que esse problema foi encarado no exterior. E o terceiro painel será sobre como nós deveríamos lidar com isso”.
 
O especialista estima que R$ 48 bilhões por ano sejam desperdiçados com caminhões e navios parados em filas nos portos brasileiros. Para se ter uma ideia, no decreto que inclui o Porto de Santos no programa de desestatização, o investimento previsto é de mais de R$ 18 bilhões. Para ele, a solução para a falta de capacidade vem em três etapas.
 
“A primeira é melhorar a eficiência. Quando você chega a um nível em que essa mudança começa a não trazer resultado, parte-se para a expansão da capacidade da infraestrutura que você tem. Por fim, se não for mais possível, novas estruturas precisam ser criadas”.
 
Restrição de capacidade
 
Consultor na área de Infraestrutura, economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Gesner Oliveira entende que a restrição na capacidade operacional deve ser atacada em nome do ganho de competitividade. “Temos uma demanda por serviços portuários que excede muito a oferta. Existe aí um grande problema de subinvestimento e precisamos de um salto”.
 
Montenegro vai na mesma linha, citando a situação do Porto de Santos como exemplo de uma melhor e mais adequada ocupação. “É um porto que possui um gargalo enorme de capacidade e tem áreas vazias, como a do STS10, um espaço nobre, na entrada do Porto. Está assim há muitos anos por dois simples motivos: insegurança jurídica e burocracia”.
 
Já Oliveira acrescenta que, mesmo que os investimentos para a melhoria das questões logísticas sejam viabilizados, ela não acontece de forma imediata. “Você tem uma necessidade de investimento muito grande e existe um hiato temporal, antes do qual não se consegue ter benefício. Então, a gente precisa ser o mais rápido possível e atrair capital privado”.
 
“Estamos falando de engenharia de transporte. Mas lidamos com isso muito na base do achismo, das hipóteses. Temos que eliminar esse Custo Brasil”, complementa Montenegro.
 
Expansão e competitividade
 
A fórmula para a expansão da capacidade e a retomada da competitividade não é algo pronto, mas certamente inclui elementos como segurança jurídica para investimentos, eficiência das agências reguladoras - especialmente a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) - e o Estado como indutor. Na visão dos especialistas que participarão do Summit Portos 2022, esse pode ser o caminho das pedras.
 
“Precisamos criar regras que facilitem o investimento. Depois, a agência reguladora, no caso a Antaq, deve ter uma presença forte para evitar eventuais abusos”, explica Luís Cláudio Santana Montenegro.
 
De acordo com o consultor, até pouco tempo, a visão era quase desestimuladora de investimentos. “O que acontecia no Brasil num passado recente? À medida que você desconfia da capacidade de coibir abusos, impede o investimento. É o que de pior pode acontecer. As agências reguladoras, felizmente, têm evoluído muito, sobretudo a Antaq”.
 
Para Gesner Oliveira, o Estado precisa ser um bom regulador. “Pode coordenar iniciativas, mas é um mau empresário, em geral. Não usa os recursos de forma mais eficiente, não tem a mesma qualidade de gestão. E também está sujeito a ciclos políticos”.
 
Oliveira acredita que as empresas devem focar na questão da inovação, sobretudo num momento em que precisam ter políticas robustas de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).
 
“As empresas e entidades devem promover esse conhecimento das melhores práticas. Por outro lado, é preciso haver uma articulação com centros de pesquisa, universidades e laboratórios. O Governo pode ser esse elo”, recomenda.
 
Todas as melhorias, somadas, poderão ajudar o País a melhorar sua participação no comércio exterior internacional. “A participação é de apenas 1,04%. Quase nada para um país do tamanho do nosso. É o resultado final de como estamos tratando nossos problemas”, encerra Montenegro.
 
Programação
 
12h - Palestra especial com o ministro Marcelo Sampaio
 
13h30 - Diagnóstico do setor portuário: Gesner Oliveira, consultor, economista e professor da FGV; Augusto Nardes, ministro do TCU; Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq; José Perboyre Ferreira Gomes, presidente da ABPA; Alexandre Barreto, superintendente-geral do Cade
 
14h35 - Melhores práticas no mundo: César Mattos, ex-secretário de advocacia da concorrência e competitividade do Ministério da Economia; Jonas Mendes Constante, diretor da Fundación Valenciaport; Flávio da Rocha Costa, gerente-geral de logística da Eldorado Celulose
 
16h - Desafios: Luís Claudio Montenegro, consultor em logística multimodal; Mario Povia, secretário nacional de Portos; Patricia Lascosque, superintendente institucional de logística da Suzano Celulose; Leo Huisman, head of terminals americas - APM Terminals; Mateus Szwarcwing , diretor-presidente da EPL; Bruno Nunes Sad, diretor de projetos especiais do Ministério da Economia
 
17h15 - Palestra Perspectivas: Marcus Vinicius Dias, secretário executivo do Ministério de Saúde
 
17h35 - Encerramento com Patricio Junior, diretor de Investimento em terminais da TiL
 
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