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06/06/2022 - 10h45

Essencial na movimentação de cargas do Porto, transporte rodoviário sofre com aumentos

Fonte: A Tribuna On-line
 
Caminhoneiros sofrem para equilibrar contas com diesel e manutenções caras
 
Os sucessivos aumentos no preço do diesel são apenas um dos problemas do transporte rodoviário. De 2020 para cá, os valores dos caminhões e implementos (reboques, carrocerias e baús, entre outros) dispararam, impactando a cadeia logística e onerando a movimentação de cargas. Caminhoneiros que atuam no Porto de Santos relatam dificuldades para seguir na estrada.
 
Levantamento do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan) aponta que o preço de um novo veículo teve alta de 92% em dois anos e o diesel subiu 64%, seguidos de pneus (56%) e implementos rodoviários (45%). “Um caminhão que a gente comprava em 2020 por R$ 485 mil, hoje custa R$ 990 mil”, diz o diretor do Sindisan, José Carlos Ornellas Priante.
 
Ele explica que a escolha entre renovação e manutenção da frota nas empresas depende da gestão de cada transportadora, exceto em uma situação. “Há alguns contratos com clientes que exigem idade dos veículos, obrigando a renovação da frota. Dependendo do tipo de mercadoria, a renovação ocorre a cada cinco anos”.
 
No entanto, essa realidade não existe entre os caminhoneiros autônomos. Para o motorista Erick Vinicius Barranco de Carvalho, de 21 anos, é “quase impossível” que um autônomo troque de veículo ou até mesmo compre uma peça nova. “Manutenção preventiva, por exemplo, não existe mais. Tem muito caminhão abandonado ou à venda porque o pessoal não conseguiu se manter. Para o autônomo, é impossível comprar pneu zero hoje, principalmente de primeira linha”.
 
Para as empresas de transporte, o trabalho segue conforme os valores são repassados aos clientes. “A gente tem que repassar ao embarcador, não tem como a transportadora suportar isso, o que acaba impactando no frete e no valor da mercadoria ao consumidor final”, explica Priante.
 
Já para os autônomos, a luta é seguir atuando. “Está bem desgastante tentar sobreviver com o caminhão”, enfatiza Carvalho, que cita dificuldades no dia a dia. “A situação é precária. Para um caminhão de nove eixos sair de Goiás ou Mato Grosso rumo ao Porto de Santos, é muito difícil. O frete não bate”.
 
O presidente da empresa ABC Cargas, Danilo Guedes, explica que o frete não subiu na mesma proporção que os custos. “Quando a gente fala do Porto de Santos, principalmente em transporte de contêineres, é notório o sucateamento de caminhões e a gente vê isso quando passa nas rodovias. Isso se dá muito pelo baixo frete”.
 
Já para o representante do Sindisan, o maior impacto no complexo portuário é em relação aos armadores. Ele ressalta que as novas regras para liberar contêineres vazios, a redução de disponibilidade de caixas metálicas e a diminuição de prazo para entrega impactam nos custos.
 
Para o diretor operacional da empresa Zorzin Logística, Marcel Zorzin, entre comprar um novo caminhão ou manter um antigo, a melhor escolha hoje é a manutenção. “É melhor fazer a manutenção e utilizar o caminhão por mais dois ou três anos, até ver quando o mercado vai se acertar ou se o frete conseguirá absorver o aumento dos custos”.
 
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