Notícias

03/06/2022 - 10h37

Custos desafiam recuperação de operadores logísticos no País

Fonte: A Tribuna
 
Estudo releva aumento no faturamento das empresas em 2021, mas um crescimento preocupante dos gastos
 
Custo cada vez mais elevado do combustível, gastos crescentes com o transporte rodoviário e aumento de tarifas de serviços como água e luz. Estes são, no momento, os principais entraves dos operadores logísticos brasileiros na luta pela recuperação econômica. Em 2021, 82% das empresas do setor registraram aumento da receita bruta em comparação a 2020, mas só 58% delas tiveram expansão na margem de lucro.
 
Essa foi uma das constatações divulgadas pela Abol, na quarta-feira, durante a apresentação do Perfil do Operador Logístico. O estudo foi encomendado pela entidade ao Ilos.
 
De acordo com a pesquisa, que teve a participação de mil empresas, as despesas operacionais representaram, em média, 74% da receita bruta dos operadores logísticos de pequeno, médio e grande porte – que foi de R$ 166 bilhões em 2021. Diante deste cenário, o estudo também mostram que os operadores logísticos passaram a incrementar investimentos nas empresas na tentativa de driblar os entraves.
 
Ao todo, 59% dos operadores brasileiros aumentaram os investimentos em infraestrutura (Capex), que correspondem a 11% da receita bruta. “Os operadores logísticos de maior porte investiram um pouco mais proporcionalmente sobre sua receita bruta, 13%”, ressalta a sócio-gerente do Ilos, Beatris Huber. A diretora-executiva da Abol, Marcella Cunha, justifica esse índice (13%) pela complexidade das demandas dos clientes.
 
Em linhas gerais, os operadores logísticos de todos os portes destinam a maior parte das verbas à modernização das instalações e infraestrutura e softwares. Outro foco é a aquisição de máquinas e equipamentos.
 
Além disso, o estudo apontou que uma das principais estratégias das empresas de menor porte passa pela redução de custos. Já as médias e grandes buscam ganhar mercado e melhorar serviços, respectivamente.
 
MELHORIAS
 
Para os operadores logísticos que participaram da pesquisa, as maiores demandas do setor em relação à atuação do Governo Federal recaem sobre carga tributária, mais segurança e melhoria de infraestrutura, com foco nas rodoviárias e acessos aos centros urbanos. Além disso, as empresas se mostram atentas ao Projeto de Lei 3.757/2020, que visa regulamentar a função de operador logístico.
 
Em relação ao setor portuário, a diretora-executiva da Abol citou que o Porto de Santos ainda precisa de melhorias no acesso e na administração, apesar de já apresentar importantes aperfeiçoamentos nos últimos anos. “Como é o (porto) preferencial, ele acaba ficando um pouco estrangulado em alguns momentos”.
 
De acordo com ela, a associação defende uma distribuição “mais justa” das cargas e do fluxo logístico, privilegiando também os demais portos brasileiros.
 
RESULTADOS GERAIS
 
Marcado pelo crescimento dos operadores logísticos, com 391 milhões de toneladas transportadas, o resultado de 2021 também aponta um aumento da atuação em diferentes regiões do País, em especial nos últimos dois anos, com as principais atividades no transporte rodoviário fechado, armazém geral e crossdocking.
 
Segundo o estudo, o setor gerou cerca de dois milhões de empregos diretos e indiretos no ano passado e houve crescimento no atendimento a segmentos com relação a 2020, com aumento de 12% na área de cosméticos, 16% no comércio eletrônico, 14% em produtos de limpeza e 12% na tecnologia industrial e serviços. Além disso, passou a atender um número maior de clientes em segmentos variados, como o do e-commerce.
 
Imprimir Indique Comente

« Voltar

Galeria de
Imagens

Ver todas