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04/07/2022 - 10h07

Concais apresenta projeto de novo terminal para cruzeiros no Porto de Santos

Fonte: A Tribuna
 
Com previsão de operação simultânea de três navios, edifíciogaragem com capacidade para mais de 800 veículos, praça de alimentação e passarela de acesso à plataforma de embarque, o Concais apresentou o projeto de um novo terminal de cruzeiros marítimos para o Porto de Santos. O estudo da empresa – que atualmente administra o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, na região de Outeirinhos – prevê a moderna estrutura no Valongo.
 
Em fase de análise, o projeto já foi apresentado ao Ministério de Infraestrutura e à Santos Port Authority (SPA), gestora do complexo portuário santista. Representando o Concais, o presidente da empresa, Luis Floriano; a diretora de Operações, Sueli Martinez; e o consultor portuário Ivam Jardim estiveram no Grupo Tribuna na última sexta-feira para detalhar os planos.
 
Segundo eles, o projeto foi idealizado após pedido do Governo Federal, em 2021. O tempo estimado para instalação do empreendimento é de três anos, a partir do sinal verde do Poder Público para as obras.
 
“Hoje, só existe um berço de atracação em frente ao Concais e outro em Outeirinhos, onde o embarque e o desembarque de passageiros acontecem por meio de ônibus. No novo terminal, a gente acaba com isso, pois todo passageiro vai pela plataforma e embarca por um finger (ponte telescópica), igual ao que ocorre em um aeroporto”, explica Ivam.
 
O estudo inicial foi encaminhado à Autoridade Portuária e ao Governo Federal no início de junho e recebeu aval com algumas complementações, “pedindo a inclusão da revitalização dos armazéns 2, 3 e 4, revitalização do cais e transferência do Armazém 12A”, explica Ivam. O próximo passo é finalizar o projeto básico e executivo de engenharia e precificá-lo. Em seguida, será dado início ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).
 
Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que, atualmente, o processo está em análise preliminar pela Secretaria Nacional de Portos. “Após a aprovação, seguirá para consulta e audiência pública, análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) quanto ao EVTEA e aos aspectos concorrenciais do remanejamento e, posteriormente, retornará para decisão definitiva do poder concedente”.
 
Entraves
 
Apesar da boa expectativa em relação ao novo terminal, o Concais se preocupa com alguns pontos considerados críticos no processo. Suely explica que o problema viário na região do Valongo foi algo que chamou atenção antes do início do estudo. “E esse sistema viário não é obrigação do Concais, está na desestatização do Porto de Santos, mas será preciso que isso case com o cronograma”, complementa Ivam.
 
Além disso, a questão ambiental também é um ponto de preocupação, bem como uma área prevista no projeto que atualmente pertence à Prefeitura de Santos e à SPA. Outro possível entrave para o novo terminal seria a questão do investimento. “No terminal que a gente tem hoje (em Outeirinhos), podemos investir mais R$ 350 milhões. Esse total pode ir para o novo, mas não deve ser suficiente para toda a construção. Como essa conta será paga? Teremos que criar uma matemática para conciliar”, enfatiza o consultor portuário.
 
STS53
 
O ponto considerado mais crítico pelo Concais é o processo do STS53. A previsão de um novo terminal na região de Outeirinhos para movimentar granéis sólidos minerais, especialmente adubos (fertilizantes) e sulfatos, preocupa a empresa, já que atualmente a área é utilizada para a atracação de navios de cruzeiros.
 
Com contrato até 2038 no complexo santista, o Concais diz que o processo do STS53 precisa, no mínimo, de alterações. “Acreditamos e estamos trabalhando por essa mudança (no terminal de passageiros), mas o ponto crítico é, se o projeto for viável, o STS53 terá que mudar, considerando que não poderá haver obras dele até que o terminal no Valongo esteja pronto (no mínimo, em três anos)”, enfatiza Ivam.
 
Os representantes do Concais ainda citam a possibilidade do projeto apresentado sobre o novo terminal ser considerado inviável. “Minha pergunta é: se (o projeto no Valongo) não der certo, onde vamos operar os navios de passageiros?”, questiona a diretora de Operações. Ela garante que movimentar fertilizantes e receber passageiros são atividades incompatíveis.
 
“Se não tiver terminal em Santos, não tem no resto do Brasil”, resume Floriano. Ele afirma que a empresa precisa, no mínimo, receber a garantia de que, nos anos de construção do novo terminal no Valongo, a temporada de cruzeiros será preservada. Para isso, seria necessário, minimamente, ao menos retardar as obras e instalação do STS53.
 
Sem prejuízo
 
Em nota para A Tribuna, a SPA afirmou não trabalhar com a ideia de alterar os planos do STS53. “Todas as medidas serão tomadas para não haver interrupção ou prejuízo à atividade de cruzeiros, que possui prioridade de atracação no Porto de Santos. Por essa razão, não há que se falar em retardar a instalação do STS53”, ressalta a estatal.
 
Em audiência pública realizada na semana passada sobre o STS53, o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da SPA, Bruno Stupello, afirmou que é possível incluir na documentação jurídica do futuro terminal de granéis sólidos a previsão de que não haja obra no berço de atracação durante a temporada de passageiros.
 
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