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31/10/2022 - 11h29

Com minoria no Congresso, Lula terá de ser hábil para fazer mudanças no Brasil, dizem especialistas

Fonte: A Tribuna On-line
 
Petista terá que negociar com um Congresso de maioria bolsonarista; veja análise de cientistas políticos ouvidos por AT
 
Os cientistas políticos consultados por A Tribuna acreditam que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), precisará exercer a habilidade de negociação para manter um bom relacionamento com o Congresso Nacional a fim de garantir a governabilidade e fazer mudanças no País.
 
O retorno do petista ao Palácio do Planalto também deverá representar uma mudança nos rumos do Porto de Santos, pois o Governo Bolsonaro tem como um dos objetivos privatizar a Autoridade Portuária. A ideia não é bem vista pela sigla petista.
 
A professora da Unisanta e Unimes, Clara Versiani, afirmou que Lula é um político muito hábil para superar possíveis conflitos e que haverá uma preocupação especial com Porto, por ser o maior do País.
 
Esse tema também deverá ser focado pelo governador eleito, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), já que ele estava à frente do Ministério da Infraestrutura e acompanhou as discussões sobre esse segmento.
 
“Não há como o novo governador ficar distante dessa questão. Apesar do alinhamento dele com o Bolsonaro, ele deverá estar preocupado com essa questão, que é estratégica para o Brasil”, afirmou.
 
Na avaliação do cientista político Alcindo Gonçalves, responsável pela metodologia e Relações Institucionais do Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), Lula terá muitas dificuldades na área econômica, devido à previsão de uma recessão global no próximo ano.
 
Ele, porém, destacou a experiência e a habilidade do petista para fazer uma grande aliança política, apesar de o bolsonarismo ter saído fortalecido das urnas.
 
“Em relação ao Tarcísio, vamos ver se ele vai seguir um caminho próprio ou não. A Baixada Santista é uma região muito importante e precisará ganhar olhar especial das autoridades”, diz.
 
O docente da Universidade Metodista Tunico Vieira acredita que Lula não terá dificuldades de governabilidade no Congresso e para negociar com lideranças de partidos que saíram fortalecido neste ano, como PL e PSD, pois são legendas que sempre apoiaram o presidente de plantão.
 
“Gostaria que fosse revista essa questão do orçamento secreto, que será algo muito difícil de se mexer. A execução de projetos é do Executivo, pois é ele que tem a capacidade de fazer o planejamento estratégico do Governo. É um erro repassar essa responsabilidade ao parlamentar, que busca uma melhoria específica para determinada região sem pensar no desenvolvimento do País”, afirma.
 
Enorme desafio
 
Mestra e doutoranda em Ciência Política pela PUC-SP, Juliana Fratini entende que o petista terá um enorme desafio ao nomear o ministério e distribuir cargos entre apoiadores da candidatura.
 
“O Lula precisará ter alguém muito forte como ministro-chefe da Casa Civil para estabelecer um bom diálogo com o Congresso Nacional, que estará rachado e pressionando muito para não perder os benefícios que possui atualmente. Do ponto de vista político, vejo que será uma relação tensa”, ressalta.
 
Resultados na região
 
Como ocorreu no primeiro turno das eleições, Bolsonaro foi o candidato ao Palácio do Planalto mais votado na Baixada Santista. O atual chefe do Executivo federal obteve 115.627 sufrágios a mais do que Lula (578.803 a 463.176). Em votos válidos (excluindo-se em branco e nulos), o atual chefe do Executivo venceu por 55,55% a 44,45%.
 
Os números para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes foram muito parecidos. Tarcísio obteve 55,98% dos sufrágios válidos (552.838) contra 44,02% de Fernando Haddad (PT, 434.681). Os candidatos petistas só ficaram na frente em Cubatão.
 
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